19 de abr. de 2004

la viuda de basquiat

céus estou com a dita cuja e tudo parece vagaroso, pesado como em câmera lenta.
queria pintar as paredes da cozinha de verde, extender o verde para a área de serviço e completar o resto com o meu dom para imitar basquiat. um pouco de desengordurante aqui, uns respingos de molho ali e muito aromatizador em folhas secas, mais umas hervas (o que é isso alice? pode me dizer? ervas não é, nem hierbas e nem adianta colocar a culpa na tpm porque não é, olha o grau da lesão, olha o grau) maravilhosas e um relógio vermelho. o relógio seria vermleho se a cozinha fosse verde, mas não é. é toda branquinha com uma faixinha bonitinha e discretinha e o relógio é de madeira escura.

e quando comecei nesse negócio de internet eu nem sabia quem era basquiat. depois descobri que ele fez as figurinhas mais representativas da pop art junto com o andy. figuras fodas de verdade.

e o livro é sobre a relação destrutiva e carinhosa, respeituosa e desesperada, oh sim, sim, há pessoas que conseguem tudo isso num relacionamento. eu estou falando do basquiat e da mulher dele, Suzanne, unidos por drogas, escândalos mas sem rock and roll, no lugar coloque muita tinta óleo, solvente e óleo de linhaça.

deve estar interessante, mas eu ainda não li. estou pesnando na cozinha, se é que isso é pensar, se é que hoje eu consigo pensar em algo. hoje eu deveria ficar quietinha, lendo um livro debaixo dos cobertores e dando vazão ao meu vício por chocolates.

aqui não existe rodo, não posso lavar a cozinha como deus manda e tampouco existe ralo para escorrer a água. ninguém imagina como é bizarra uma vida sem rodo, sem ralo, só com um esfregão e uma cestinha onde torcer o esfregão. ai como a vida em dias assim pode ser tãooo deprimente.

tenho que anotar isso, porque é algo muito grave.

Blog: Rascunhos de Alice