13 de ago. de 2006

No site Brasileiros na Holanda encontrei um texto de outra brasileira que comenta a falta de ralo.
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Brasileira "de passagem" constatou falta de ralo...
(essa eu publico sem pedir a autorização. Não consegui acessar os comentários)



Morte e azar. Alemanha...


Cerca de duas horas após a decolagem um ucraniano duas fileiras à direita da nossa se levanta passando mal. Sentia falta de ar. Logo as aeromoças, que não falavam português, o levam para a cabine da frente. Depois disso ouvimos vários anúncios. O primeiro pedia auxílio de algum médico. Começou a correria. Os dois colegas do ucraniano vinham a todo o momento buscar algo na classe econômica com cara de desespero. O segundo anúncio avisava a má condição do passageiro. O terceiro, que voltaríamos ao Rio de Janeiro (esse retorno demoraria 45 minutos) para que o senhor pudesse ter alguma chance de sobrevivência. O quarto, assim que pousamos, informava o falecimento do senhor minutos antes.

Esses foram os únicos avisos da noite que procederam. Os outros, que previam o horário da nossa ida em dentro de uma hora, passou para o dia seguinte às três, depois às cinco da tarde, mas que se realizou apenas às seis da noite. A solução para a fatalidade que podia até nos atrasar algumas horas foi tão precipitada, que o atraso foi de 24 horas. Isso fez com que perdêssemos um dia e meio de competições e prejudicássemos além de nós, os atletas dos outros países que fariam equipe conosco.

O avião virou cárcere. Ninguém podia sair. As pessoas passavam mal, os comissários não sabiam quais os procedimentos tomar, muito menos o capitão. Não tenho idéia de que horas retiraram o corpo do avião. Mas eu, o Iranildo e acompanhantes só saímos de lá às duas da madrugada. Isso depois de fazer um drama, senão teríamos sido os últimos a sair. Os colegas do ucraniano teriam dito que ele estava internado em um hospital, não havia recebido alta, mas fugira para viajar. Ele teve um edema pulmonar. Afogou-se no próprio sangue. Lembro-me perfeitamente dele se levantando com falta de ar... A vida é muito efêmera.

Chegamos a Amsterdã, Holanda, cerca de 11 da manhã. Ao contrário do que os responsáveis de SP da a empresa aérea em que viajávamos, a KLM, (pois é, no Rio não tem representação da KLM. Imaginem a bagunça na aterrissagem e decolagem) o vôo de conexão da manhã para a Alemanha não nos esperou. Aguardamos o outro vôo a tarde toda. O primeiro sairia só às 17:00 hs. Essa foi a única parte melhorzinha. Ficamos na área vip bem confortáveis com direito a champagne e biscoitos amanteigados. Estávamos muuuito cansados. No aeroporto, devido a confusão do nosso atraso, ninguém havia ido nos buscar. Esperamos mais uma hora e gastamos vários euros na tentativa de contatar a organização. No hotel, mortos de fome, descobrimos que o jantar já tinha sido servido no ginásio de competições. Há cerca de 50 horas doida por um banho, me deparo com uma banheira. O jeito foi tomar banho fora do box. Sem ralo, a água escorreu para o carpete do quarto. Ahhhh...

São cinco horas de diferença do Brasil. Acordamos feito zumbis e fomos ao ginásio. Nem contei, o Zé, nosso técnico, teve uma crise de dor de coluna que aumentou muito. O coitado está sentindo tanta dor que não consegue nem apoiar a perna direita no chão. O pessoal até brinca dizendo que ele é o terceiro atleta do time. Apesar dos risos, estou preocupada com ele. Até lembro os meus sintomas quando tive a lesão. Enfim, debilitado, não podia nos aquecer antes das partidas. Pra completar a maré de sorte, os meus jogos e os do Iranildo eram ao mesmo tempo. Sempre um dos dois ficava sem auxílio técnico.

O nível técnico das européias é elevado e a mobilidade também. As classes dois mechem um pouco as mãos. Apesar de não chegarem a ser paraplégicas, estão quase lá. Isso pra mim foi meio frustrante. Esperava encontrar atletas com a mesma dificuldade motora que eu. Segundo o classificador que me reclassificou aqui, estou no limite entre as classes um e dois porque por mais que seja enfraquecido, tenho movimentos de tríceps preservados. A classe um não tem nada. E as meninas classe dois daqui... bom, elas não movimentam perfeitamente a mão o que faz a pessoa virar classe três. Eu, não movimento absolutamente nada da mão e ainda não tenho tríceps direito. Pra ter alguma chance, tenho que treinar muuuito para ganhar na técnica a diferença de mobilidade. Não deu para passar para as finais. No entanto, meu objetivo foi alcançado. Agora sei como elas jogam. O próximo passo é analisar e treinar. Vamos ver como será no mundial.

Depois de um dia cansativo desses, o que Carlinha mais quer?? Cama! Ai, ai, ai... meu quarto foi bloqueado. Ao ver o carpete ensopado, os responsáveis do hotel “putos” da vida resolveram trancar meu quarto. Eu sei que errei. Mas fiz de tudo pra água não escorrer. Coloquei toalha no vão da porta mas mesmo assim não deu. Umas três horas esperando solução. Que constrangimento! Odiei a atitude deles. Depois de meia-noite encontramos um lugar para que eu pudesse tomar banho, o vestuário da piscina. Acabou que pedi ajuda para uma espanhola e com trabalho, fiquei na banheira mesmo. Hoje teremos uma conversa para decidir se vou ter que pagar ou não essa joça. Pra finalizar com chave de ouro, na festa de encerramento o organizador veio falar que não recebeu meu depósito da inscrição. Ainda vou ter que ir ao banco reclamar.
Graças a Deus, nada de ruim aconteceu na viagem de volta. Kkkkkkk... nunca pensei que ficaria tão rápido com tanta vontade de voltar ao Brasil. Espero que nada mais aconteça. Vou me benzer. Hihihi

Blog: Carlinha em Atenas

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